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Ser generoso não é simplesmente ser justo, mas atender as
necessidades de quem está em jogo. Não é fato apenas de merecimento e de
justiça, mas de solidariedade e de partilha de forma fraterna, para que todos
tenham vida digna.
O mundo é como um terreno onde se planta de tudo. É daí que
tiramos os alimentos. Mas todos devem trabalhar uns mais e outros menos,
dependendo das condições de cada pessoa. Os frutos são para sustento da
coletividade e de forma solidária.
Para o trabalho, há pessoas que chegam cedo, outras
trabalham menos, mas ambos têm necessidade de vida e de alimento. Na partilha,
ninguém pode ser injustiçado, mesmo que alguém receba além do que é justo por
não ter trabalhado o tempo todo.
Jesus conta a parábola do patrão que combinou o salário do
dia com um trabalhador. Outros foram chegando ao transcorrer do dia, havendo
até quem chegasse ao final da tarde. A ambos o patrão pagou o mesmo valor. Ele
agiu com justiça e com generosidade.
No mundo capitalista as atitudes são diferentes, mesmo
sabendo da existência de quem partilha com os trabalhadores os lucros da
empresa. No mundo de Deus, a ternura e a generosidade ultrapassam as nossas, a
lógica é diferente do que fazemos.
A prática da vida cristã deve ser a do amor, com capacidade
de doação maior do que aquilo que merecemos. É a misericórdia, a paciência, a
compaixão, a bondade e a justiça, tendo como objetivo viver bem, tendo uma vida
que faça sentido.
Para Deus, a partilha não é matemática e nem mesquinha,
porque Ele olha a necessidade da pessoa. A sua bondade ultrapassa os critérios
humanos e seus dons são sem medida. O que importa não é o que fazemos, mas a
forma como fazemos as coisas.
Dom Paulo Mendes Peixoto
Quarto Bispo da Diocese de São José do Rio Preto (2006-2012) (Fonte: cleofas.com.br)
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