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Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil |
Pesquisa divulgada na sexta-feira (4) pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que sete em cada dez
brasileiros dependem exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS)
quando precisam de assistência médica. São mais de 150 milhões de pessoas que
não têm acesso a planos de saúde privados.
Os dados são de 2019 e não incluem eventuais efeitos da
crise econômica gerada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19) na
capacidade dos brasileiros a pagar por saúde privada – apenas entre março e
julho, 327 mil brasileiros ficaram sem plano de saúde, de acordo com a Agência
Nacional de Saúde (ANS). A Pesquisa Nacional de Saúde do IBGE reforça
ainda a existência de grandes desigualdades no acesso a planos privados, que
são mais comuns no Sul e no Sudeste e entre pessoas brancas e com maior renda,
e no uso da rede pública, mais concentrado na população de baixa renda.
De acordo com o 28,5% da população, ou 59,7 milhões de
pessoas, possuíam algum tipo de plano de saúde médico ou odontológico no país
em 2019. Considerando apenas a cobertura médica, são 26% da população, o que
indica que 74% dependiam apenas da saúde pública.
No Norte e Nordeste, a proporção de pessoas sem planos de
saúde médico chega perto de 90% -isto é, quase nove entre dez pessoas dependem
do sistema público quando estão doentes. No Maranhão, apenas 5% da população
tem plano de saúde médico. Em Roraima, são 7,4%.
Os responsáveis pelo estudo dizem que os dados mostram que
havia “uma grande desigualdade” entre as grandes regiões e as unidades da
federação. No Sudeste, por exemplo, 34,9% dos habitantes são cobertos por plano
de saúde médico. Estado com maior cobertura, São Paulo tem 38,4%.
Média nacional
Na média nacional, 26% das pessoas tinham algum plano de
saúde médico. Entre os brancos, o índice é duas vezes superior aos de pretos e
pardos: 36,5% contra 18,4% e 17,6%, respectivamente. Dos três grupos, diz o
IBGE, apenas os pardos mostraram evolução nesse indicador entre 2013 e 2019,
com acréscimo de 1,4 ponto percentual. O resultado reflete a desigualdade
de renda entre brancos e negros no país. Dados divulgados em maio pelo IBGE
mostra que, em 2019, a diferença de rendimento médio entre brancos e pretos
atingiu o maior patamar desde 2016: enquanto os primeiros viviam com R$ 2.999
por mês, os últimos tiveram rendimento médio de R$ 1.673. (Fonte: Diário de
Pernambuco, via: www.carlosbritto.com)
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